segunda-feira, 27 de abril de 2009

Conheça Brasília de Bicicleta

O projeto ‘Escola Peripatética: Educação Patrimonial’ abre nesta segunda-feira (4) as inscrições para o programa ‘Brasília de Bicicleta’. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas de 4 a 15 de maio no Panteão da Pátria, ou pelo telefone 3322-3244.
O ciclista deve apenas comparecer no dia 17 de maio no ponto de partida levando sua bicicleta.
O programa convida pessoas de todos os sexos e idades interessados na história e construção de Brasília a fazer um passeio ciclístico pelos principais monumentos e marcos históricos da Capital Federal. Tudo isso, acompanhado do professor Rinaldo Paceli, vencedor do Prêmio José Aparecido de Oliveira oferecido pela Secretaria de Cultura para premiar um trabalho representativo de ação preservacionista relativo à Brasília como Patrimônio Histórico da Humanidade.

O passeio será no dia 17 de maio e o ponto de partida é a ‘Praça do Cruzeiro’. De lá, os ciclistas seguem para a Torre de TV, Complexo Cultural da República e Esplanada dos Ministérios até chegarem à Praça dos Três Poderes, onde encerrarão a jornada no Espaço Lúcio Costa.

Os participantes poderão ver marcos históricos da Capital Federal, como, por exemplo, o Ipê próximo a Torre de TV que simboliza as 250 mil árvores plantadas no Plano Piloto. Ou o marco intitulado ‘Pontos Cardeais’ em frente a Catedral de Brasília. A placa, datada de 2 de fevereiro de 1960, presta homenagem a um grupo de pioneiros da capital que participaram de uma grande carreata organizada pelo então presidente Jucelino Kubistschek, e ficou conhecida como ‘Caravana de Integração Nacional’. De acordo com Rinaldo Paceli, o objetivo do passeio é desenvolver o conhecimento das pessoas sobre Brasília, sua peculiaridade histórica, urbanística e arquitetônica, por meio da educação patrimonial. “Com uma pedalada sobre o Eixo Monumental nós conseguiremos promover a valorização da Capital Federal como Patrimônio Cultural da Humanidade”, afirma.

PROGRAME-SE:
Inscrições para o passeio ciclístico da Escola Peripatética de Educação Patrimonial. De 04 a 15 de maio no Panteão da Pátria ou pelo telefone: 3325-6244. Informações: 3325-6218.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

APOCALIPSE MOTORIZADO - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído

Ned Ludd (org.)

A cada três minutos acontece um acidente envolvendo carros na cidade de São Paulo. Vinte mil pessoas são mortas, por ano, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, mas números não oficiais apontam quase o dobro.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mais de um milhão de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente nestes acidentes!
As ruas, avenidas e viadutos avançam devastando bairros e expropriando o espaço público da comunidade pelo espaço privado do automóvel.O petróleo polui e altera as condições climáticas das cidades cada vez mais congestionadas...
Guerras são declaradas e milhões são massacrados pelo controle das fontes de combustíveis como podemos ver claramente hoje no Iraque. Contudo, até então nenhuma reflexão contundente sobre o papel desumano dos automóveis havia obtido seu devido espaço no Brasil, nenhuma crítica radical contra essas máquinas moedoras de carne humana.
Por isso, o livro Apocalipse Motorizado - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído apresenta uma coletânea inédita de textos sobre a questão do automóvel como uma imposição social, discutindo seus ´efeitos colaterais´ nefastos como poluição, dependência do petróleo, expropriação do espaço público comum e a exclusão social.
Mais que uma abordagem teórica, o livro propõe ações práticas e soluções à libertação da humanidade dessa tirania.
A coletânea é ilustrada pelo cartunista americano Andy Singer, cujo livro CARtoons tornou-se referência nos movimentos anticapitalistas ao redor do mundo.
Apocalipse Motorizado não representa apenas uma análise da insustentável organização de nosso atual sistema de transportes, mas também insere sugestões de como, de maneira inteligente e criativa, se opôr à ditadura do automóvel e suas consequências desumanas.
O pensamento ecológico radical de Ivan Illich e André Gorz, o papel do carro em nossa sociedade, a história do movimento anticarro, seu objetivo, como organizar uma ´Massa Crítica´ em sua cidade, sugestões de manifestações bem-humoradas: tudo condensado neste livro bombástico, um guia para quem não aceita ficar parado, vendo o tráfego atropelar suas vítimas.Mais um acidente de trânsito acabou de acontecer em São Paulo.
OS AUTORES:
Ivan Illich (1926-2000) foi um dos pensadores mais surpreendentes dos anos 70 e 80. Com precisão e força atacou cada um dos falsos consensos da sociedade ocidental. O texto de Illich neste livro teve imenso impacto no pensamento libertário de hoje.
André Gorz nasceu em Viena, em 1924, é autor de ´Crítica da Divisão de Trabalho (Martins Fontes, 1989).
Aufheben é o nome de um grupo autonomista marxista da Inglaterra surgido nos anos 90.
Car Buster é a principal organização ativista internacional do movimento anticarro.
Reclaim The Streets é um dos principais movimentos ativistas de Londres que surgiu em 1991 com o intuito de tornar as ruas um local de convívio entre pessoas e não somente um espaço de passagem.
Ned Ludd é organizador do livro Urgência nas Ruas
Coleção Baderna - Conrad, 2002
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PROVOS - Amsterdam e o Nascimento da Contracultura


Matteo Guarnaccia

PROVOS é a forma reduzida de "provocadores", um dos grupos-chave no surgimento daquilo que nos anos 60 acabou tomando o nome de Contracultura.

"A revolta Provo foi o primeiro episódio em que os jovens, como grupo social independente, tentaram influenciar o território da política, fazendo-o de modo absolutamente original", conta Matteo Guarnaccia. "Caminhando contra a corrente do `cair fora` beatinik, os Provos holandeses empenharam-se descaradamente em permanecer `dentro da sociedade`, para provocar nela curto-circuito."

Herdeiros do dadaísmo e da tradição anarco-comunista, os provos inauguraram novos formatos de ação política e da luta ecológica. Deram nova dimensão à idéia de desobediência civil.

O autor, Matteo Guarnaccia, conta aqui a história do grupo que inspirou toda a chamada contracultura dos anos 60 e transformou Amsterdam na cidade mais livre e tolerante do Ocidente.

Jogo, magia, e anarquia, nisso foi centrada a atividade do movimento Provo. Um grupo de divertidos agitadores que se reuniram no "Centro Mágico" de Amsterdam para celebrar ritos coletivos contra o fetiche da sociedade consumista. Ali surgiram as primeiras campanhas antipublicidade e anti automóvel. Ali surgiu aquilo que passamos a chamar de Contracultura e se desenvolveu a idéia de que a subversão funciaonava melhor quando misturada com humor inesperado.

O exemplo dos Provos antecipou e inspirou os diversos movimentos de contestação jovem nos anos 60, inclusive a esquerda hippie norte-americana e os manifestantes do maio de 68 francês.

Matteo Guarnaccia nasceu em Milão em 1954 e é um dos principais representantes da psicodelia européia, seja com seu trabalho como ensaísta e escritor, seja com seu trabalho como artista.
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Sociedade do Autmóvel

É com imenso prazer que colocamos aqui o link para o download do vídeo "Sociedade do Automóvel"
Vídeo esse que inspirou e inspira muitos cicloativistas Brasil afora e que teve papel determinante na escolha do nome deste blog.
Sobre o vídeo:
O vídeo Sociedade do Automóvel, feito por Branca Nunes e Thiago Benicchio, tem 39 minutos e trata da mobilidade urbana, do caos motorizado, do uso do espaço público pela cultura do automóvel.
Abaixo a sinopse:
11 milhões de pessoas, quase 6 milhões de automóveis; um acidente a cada 3 minutos; uma pessoa morta a cada 6 horas; 8 vítimas fatais da poluição por dia. No lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento; em vez de vozes, motores e buzinas. Trabalhar para dirigir, dirigir para trabalhar: compre um carro, liberte-se do transporte público ruim. Aquilo que é público é de ninguém, ou daqueles que não podem pagar. Vidros escuros e fechados evitam o contato humano. Tédio, raiva angústia e solidão na cidade que não pode parar, mas não consegue sair do lugar.


Para baixar o vídeo:

http://www.ta.org.br/sociedadedoautomovel/down.html

Uso de bicicleta quase dobra na Grande São Paulo, diz estudo

Número de viagens diárias usando os pedais na região saltou de 165 mil para 305 mil no período entre 1997 e 2007

Por Carolina Ruhman
Agência Estado

São Paulo - O uso de bicicleta como forma de transporte praticamente dobrou na Região Metropolitana de São Paulo entre 1997 e 2007. Segundo a Pesquisa Origem e Destino, divulgada hoje pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o número de viagens diárias de bicicleta na região saltou de 165 mil para 305 mil no período (crescimento de 84%). No decênio, o número de viagens não motorizadas (bicicleta e a pé) registrou crescimento de 18%. No total, o número de viagens de bicicleta ou a pé correspondem a 34% do total.

Segundo a pesquisa, o principal motivo para viagens a pé é ir à escola ou à faculdade, citado por 57% dos entrevistados, enquanto 26% apontaram o trabalho. Do total, 89% das viagens são realizadas a pé por causa da pequena distância a ser percorrida. Já entre as viagens de bicicleta, o principal motivo é trabalho, citado por 71% dos entrevistados, seguido por educação, com 12%, e lazer, com 4%. Segundo o levantamento, 56% afirmaram que usam bicicleta como meio de transporte por causa das pequenas distâncias a serem percorridas e 22% consideram cara a condução alternativa. A pesquisa mostrou que as viagens não motorizadas são feitas majoritariamente por crianças e jovens, que vão a escola a pé ou de bicicleta. Após os 18 anos, eles passam a utilizar o transporte público ou a andar de carro. Segundo o levantamento, o principal lugar de guarda das bicicletas é privado, citado por 61% dos entrevistados. Os bicicletários gratuitos correspondem a 15% e os locais públicos, 8%. A pesquisa Origem e Destino é realizada desde 1967 a cada dez anos. Nesta quinta edição, ela abrangeu os 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. As entrevistas para a base de dados começaram em agosto de 2007 e totalizaram 214 dias de trabalho em campo e 30 mil entrevistas.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bici-anjos ajudam ciclistas inexperientes pelas ruas de SP

Ciclistas experientes são anjos da guarda dos novatos no trânsito.Eles acompanham pessoas de casa ao trabalho até elas perderem medo.

Fonte:
Luísa Brito Do G1, em São Paulo

Eles acompanham ciclistas novatos, dão dicas de roteiro e quais medidas de segurança devem ser adotadas. Os chamados bici-anjos são ciclistas mais experientes que fazem o papel de anjos da guarda dos novatos até que eles se sintam seguros em trafegar pela cidade de São Paulo. O trabalho dos "padrinhos" é como o de um instrutor de uma “bike-escola”. Os mais experientes vão do lado dos principiantes em trajetos como entre a casa e o trabalho. A diferença é que os bici-anjos fazem isso sem cobrar nada. O objetivo deles é estimular o uso da bicicleta
“É uma forma de ajudar as pessoas e incentivá-las a usar um meio de transporte melhor”, diz o analista de sistemas Bruno Gola, de 21 anos, que já acompanhou três iniciantes pelas ruas da cidade, dois deles nem eram seus amigos. “A gente se conhece na bicicletada ou alguém pede ajuda na lista de e-mail”, conta ele, que há um ano usa só a bicicleta para se locomover pela cidade e até colocou o carro a venda. “Desde que comecei a usar a bicicleta melhorou meu humor, meu ânimo, meu corpo”, diz ele. A bicicletada ciclistas toda última sexta do mês. O ponto de encontro é a Praça do Ciclista, que fica no canteiro central da Avenida Paulista entre as ruas da Consolação e Bela Cintra.
Outro que também faz o papel de bici-anjo é o cicloativista Leandro Valverdes, que diz já ter acompanhando pelo menos dez pessoas que temiam circular sozinhas pelo trânsito paulistano. “A gente vai junto e dá dicas para deixar a pessoa segura”, diz. Ele afirma que o maior medo dos iniciantes é ser atingido por um carro ou ônibus.

De acordo com Valverdes, antes de colocar a bicicleta na rua é preciso traçar um roteiro para evitar avenidas de fluxo intenso, como as marginas e a Avenida 23 de Maio. “Nem sempre o caminho do carro ou do ônibus é o melhor para o ciclista”, adverte. “Outro erro crasso é andar na contramão, não se deve fazer isso”, acrescenta.
De iniciante para bici-anjo
Valverdes e Gola foram os bici-anjos da publicitária Drielle Alarcon, de 23 anos, que usa a bicicleta quase diariamente para ir de casa, na Vila Madalena, Zona Oeste, ao trabalho, no Morumbi, na Zona Sul. “De carro eu levava uma hora para chegar ao trabalho, pegando ônibus e trem era uma hora e meia. De bicicleta, são 40 minutos”, conta.

“A relação com a cidade muda. Morar em São Paulo deixa de ser um problema”, afirma. Drielle conta que o começo foi difícil e que ficou nervosa no primeiro dia. Ela fez três trajetos acompanhada até começar a pedalar sozinha. “Você acha que é impossível, mas depois vê que é até melhor usar bicicleta do que carro.”

Agora já experiente, a publicitária se tornou bici-anjo de dois colegas de trabalho. Um deles é o também publicitário Rafael Buciani, de 23 anos. “Meu maior receio era o trânsito e ela deu dicas de segurança e de como me posicionar melhor”, conta ele, que começou a pedalar pela cidade há três meses. O publicitário conta que não adotou o novo meio diariamente porque às vezes sai muito tarde do trabalho. Neses dias, além do cansaço, pesa o medo de assaltos. Ele mora em Moema e trabalha no Morumbi, ambos na Zona Sul.

Personal bike

Além dos acompanhantes voluntários, há também aulas pagas para quem quer começar a pedalar. Sérgio Afonso, de 38 anos, se intitula personal bike e há dois anos dá aulas. Ele conta que já chegou a ter entre dez e 20 alunos por mês e cobra entre R$ 30 e R$ 50 por hora. Segundo ele, quem já sabe pedalar, em geral, com três aulas se torna independente.

Afonso fundou o Clube dos Amigos da Bike há 11 anos e semanalmente realiza passeios gratuitos pela cidade. Às segundas-feiras, a pedalada é voltada para os iniciantes e conta com dez guias. A concentração é no Parque das Bicicletas, às 21h. É obrigatório usar capacete para poder participar e ter equipamentos de segurança.

Já o educador Arturo Alcorta, de 54 anos, diz ser especializado em aulas para pessoas que têm algum trauma. “Já peguei gente que tentava pedalar há dez anos e conseguiu”, conta. Alcorta conversa para descobrir qual o problema e só depois segue para os pedais. “A minha técnica consiste em afastar os fantasmas e diminuir a ansiedade”, resume ele, que cobra R$ 50 por aula.

Ciclovias

Atualmente, a cidade de São Paulo conta com 16 quilômetros de ciclovias. Elas ficam na Radial Leste, Avenida Inajar de Souza (Zona Norte) e Parelheiros (Zona Sul). A prefeitura diz que tem investido na bicicleta como meio de transporte desde 2006, quando foi criado o Pró-ciclista, um grupo que conta com a participação de várias secretarias e tem o objetivo de pensar o uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo.

Serviço
Onde encontrar bici-anjos ou professores