Ciclovia de Ceilândia está inacabada
A maior parte da ciclovia de Ceilândia ainda está só com as estacas de demarcação. A construção, que começou em setembro e deveria ter sido concluída no fim do ano, está parada.
Sem manutenção, até as áreas pavimentadas estão se perdendo. O barro avança pela pista. “Esqueceram de colocar muretas para evitar que o barro invada a ciclovia. Acabou que a chuva forte arrastou a lama, impedindo a gente de passar”, indica o estudante Rafael Damasceno.
Qualquer deslize pode ser perigoso. O risco é ainda maior porque os fios da rede elétrica ficaram expostos. Sempre quando se aproxima do local, o servidor público Flávio Silva redobra os cuidados. Logo adiante, é obrigado a descer da bicicleta.
“Fizeram um bloqueio numa parte, o que dificulta o acesso. A gente tem que parar, descer, transpor esse obstáculo para depois conseguir seguir”, conta.
Quem usa a ciclovia precisa, realmente, estar atento o tempo todo. Isso porque a pista pavimentada acaba de uma hora para outra, e logo começa a via de chão batido. Não há qualquer indicação da transição para o ciclista.
O administrador de Ceilândia, Ari de Almeida, admite as falhas no projeto. “Ela leva a um lugar cego e você não consegue achar onde ela inicia”, comenta. Mesmo assim, o administrador diz que a obra deve ser retomada até o meio do ano. “As empresas tinham um prazo para executar. Como elas não conseguiram cumpri-lo, o empenho para o pagamento da segunda parcela foi cancelado”, explica.
Ari de Almeida diz ainda que o governo trabalha, agora, o reempenho, para que seja dada continuidade à obra. O aposentado Noé Pereira da Silva está contando com isso. O ciclista não se conforma com o abandono da ciclovia. “É o dinheiro jogado fora e o desrespeito com o ciclista, porque tem muita gente na Ceilândia que se locomove de bicicleta”, fala.
Alessandra de Castro
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Cena 2
PAC da mobilidade terá investimentos de R$ 18 bilhões
BRASÍLIA - O Ministério do Planejamento realiza nesta manhã, em Brasília, a cerimônia de lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinado à mobilidade. Segundo nota divulgada à imprensa, com o lançamento está aberto o processo de seleção de projetos para incrementar a infraestrutura do transporte público coletivo nas 24 maiores cidades do País.
O programa terá investimentos de R$ 18 bilhões, sendo R$ 6 bilhões de investimento direto da União e R$ 12 bilhões por meio de financiamento, com o objetivo de ampliar a capacidade de locomoção e melhorar a infraestrutura do transporte público nas grandes cidades.
Segundo o ministério, serão selecionados projetos para implantação e melhoria da infraestrutura do transporte público coletivo e também para a aquisição de equipamentos voltados para a integração, controle e modernização de sistemas. Os projetos, esclarece o ministério, podem incluir sistemas de transporte sobre pneus, como corredores de ônibus exclusivos (BRT, na sigla em inglês) e de Veículos Leves Sobre Pneus (VLP), além de sistemas sobre trilhos, como trens urbanos, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT).
Os 24 municípios a serem beneficiados pelo PAC Mobilidade foram divididos em três grupos. O primeiro é formado por nove capitais de regiões metropolitanas com mais de três milhões de habitantes: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador e Curitiba.
O segundo grupo inclui seis cidades com população entre um e três milhões de habitantes: Manaus, Belém, Goiânia, Guarulhos, Campinas e São Luís. O terceiro grupo é voltado para cidades de 700 mil a um milhão de habitantes e engloba mais nove cidades: Maceió, Teresina, Natal, Campo Grande, João Pessoa, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Bernardo do Campo.
Seleção dos projetos
Segundo o ministério do Planejamento, os projetos devem ser apresentados pelos Estados e/ou municípios seguindo critérios já estabelecidos para enquadramento. Entre eles estão a garantia de sustentabilidade operacional dos sistemas, a compatibilidade entre demanda e os modais propostos e a adequação às normas de acessibilidade.
Segundo o ministério, serão priorizados projetos que beneficiem áreas de população de baixa renda, que já contêm com um projeto básico pronto e que tenham situação fundiária regularizada. As inscrições dos projetos poderão ser feitas a partir do dia 21 de fevereiro, no site no Ministério das Cidades.http://economia.estadao.com.
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