sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A mobilidade por bicicleta e o anti-jornalismo

A mobilidade por bicicleta e o anti-jornalismo

8/12/2010 – Por Uirá Lourenço (Servidor público e ciclista por opção)

Resolvi escrever sobre dois temas que me fascinam: mobilidade urbana e jornalismo. Alguns fatos recentes me fizeram pensar mais na relação entre os assuntos. Na verdade, o estopim se deu após a notícia veiculada no jornal O Diário, de Maringá (Paraná), no dia 3 de dezembro.

A matéria cita Brasília como exemplo de investimento em transporte por bicicleta. Os dados do Distrito Federal apresentados no texto – quase 130 km de ciclovias e 400 mil usuários de bicicleta como meio de transporte – não condizem com a realidade e escondem os riscos dos que optam pela bicicleta no agressivo trânsito da capital federal.

O verdadeiro jornalismo compromete-se com a verdade. A apuração dos dados “oficiais” enviados pelo governo mostra-se fundamental. Uma análise mais detalhada, entrevistas com usuários de bicicleta ou uma simples pedalada revelaria o verdadeiro contexto de Brasília.

A matéria afirma: “Até 2009, de acordo com o governo do Distrito Federal, eram quase 130 quilômetros lineares de ciclovias, construídas ao custo de R$ 7,5 milhões.” A própria página do Programa Cicloviário do Distrito Federal (Pedala-DF) informa que são 42 km de ciclovias. Vale lembrar o conceito de ciclovia – via totalmente segregada do tráfego motorizado. Ou seja, não se podem incluir acostamentos, ciclofaixas nem os percursos na terra abertos nos amplos canteiros por pedestres e ciclistas que não dispõem de espaço seguro (os chamados caminhos de rato).

Trilha no canteiro – ciclovia, calçada ou improviso?

O que dizer de tamanha discrepância nos números? Possivelmente, o texto foi escrito por alguém que imagina uma cidade ideal cortada por centenas de quilômetros de ciclovia. Alguém que desconhece a cidade, não usa a magrela no dia a dia e ainda crê na solução mágica da palavra ciclovia.

Da mesma forma, o número de usuários de bicicleta apresentado está errado, excessivo. Desconheço uma fonte que forneça números confiáveis de ciclistas no DF (geralmente, os dados estatísticos referem-se ao trânsito motorizado), mas afirmo com tranquilidade que a proporção de ciclistas é muito menor. Uma olhada de relance em qualquer via revela a desproporção entre carros e bicicletas. Com 400 mil ciclistas para uma população de cerca de 2,5 milhões teríamos uma Brasília muito mais agradável.

Ciclista espremido pelos carros na EPTG (“Linha Verde”)

Precisamos de muito mais para sentir os benefícios da cultura ciclística presente em Copenhague e Amsterdam, onde a bicicleta é utilizada em quase metade dos deslocamentos diários. É necessário ter segurança no trânsito, campanhas educativas, fiscalização das infrações (alguém já viu um motorista ser multado por não dar preferência ao ciclista ou por tirar fina, conforme prevê o código de trânsito?), moderação de tráfego (velocidade menor nas vias incentiva os deslocamentos a pé e por bicicleta).

É necessário que os gestores públicos e jornalistas comecem a pedalar. Já que, no discurso, muitos veneram a bicicleta como opção limpa e saudável de transporte, gostaria de ver secretários de transporte, diretores de órgãos de trânsito e prefeitos indo ao trabalho e às compras de bicicleta. Que belo exemplo seria aos demais cidadãos.


Sorocaba e as bicicletas

Sorocaba sediou, no início deste mês, a segunda edição do Bicicultura, evento que reúne pessoas engajadas na luta por uma mobilidade sustentável, com foco na bicicleta. A cidade é um exemplo de que só investimento direto em ciclovia não basta. Apesar de já contar com 65 quilômetros de vias vermelhas para ciclistas, o fluxo de usuários ainda é baixo. E o tráfego de ciclistas fora da ciclovia revela-se agressivo. As garantias de circulação de pedestres e ciclistas previstas no código de trânsito, como a preferência nos cruzamentos, são desrespeitadas.

Uma notícia do jornal impresso Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, demonstra mais um caso de anti-jornalismo. Durante o Bicicultura, eu mais outros colegas ciclistas conversamos com o prefeito, Vitor Lippi, que havia proferido palestra. Parabenizei o trabalho realizado na cidade e comentei sobre alguns problemas detectados ao pedalar pela cidade, em especial a tinta usada na pintura da ciclovia e o risco do tráfego compartilhado fora das vias exclusivas para ciclistas.

No dia seguinte (3/12), descobri que fui citado numa matéria sobre ciclovias. Eu sequer dei entrevista para qualquer jornalista. Resumindo o caso, o suposto profissional da área de jornalismo ouviu a conversa com o prefeito, fez as anotações que quis, perguntou meu nome para alguma pessoa do evento e expôs críticas ao prefeito com base em minhas declarações. Curiosamente, a matéria não informa que, no início da conversa, eu havia elogiado o investimento no transporte por bicicleta.

Não bastassem o desconhecimento e o descaso governamentais com o a mobilidade sustentável, os cicloativistas ainda têm que lidar com o desserviço prestado por jornalistas sem conhecimento do assunto ou mal-intencionados.

Confira as duas matérias mencionadas no artigo.

- Notícia veiculada no jornal O Diário (Maringá-PR):

http://www.odiario.com/maringa/noticia/370069/prefeitura-tenta-recursos-para-aumentar-ciclovias.html

- Notícia publicada no jornal Cruzeiro do Sul (Sorocaba-SP):

http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=39&id=371815

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Automóvelatria

Automóvelatria Imprimir E-mail
Escrito por Gilvander Moreira
09-Dez-2010

Atualmente, no Brasil, cerca de 50 mil famílias recebem anualmente uma espada de dor no coração ao receber a notícia que um ente querido morreu em "acidente" de trânsito.

Dizer "acidente" é eufemismo, é dourar a pílula, pois se tratam de tragédias previsíveis e anunciadas, porque as estradas brasileiras são malfeitas e mal conservadas, além dos motoristas, que para complementarem seus baixos salários são forçados a dirigir um excesso de horas, pois a carga-mercadoria não pode atrasar. Para isso, os motoristas tomam um comprimido "energético", uma droga chamada rebit. Andam no limite.

A maior parte das estradas do Brasil, quando ainda não são de terra, sujeitas à formação de buracos, "costela" ou a lamaçais em tempos de chuva, é asfalto feito com fina espessura e em péssimo estado de conservação. Uma fina capa asfáltica não agüenta o peso das enormes carretas lotadas de carvão, de automóveis ou de qualquer coisa, que trafegam pelas rodovias, normalmente, com excesso de peso. Exemplo disso são as carretas que têm autorização para transportar somente 95 metros cúbicos de carvão, mas trazem, quase sempre, de 10 a 13% a mais, desrespeitando leis, com falta de fiscalização ou cumplicidade de fiscais.

"Nunca vi na minha vida tanto frenesi e tanto desejo de comprar um automóvel. Todo mundo quer um automóvel. Não importa se vai ficar endividado nos próximos 6 ou 7 anos", conta Geovane, funcionário de uma revendedora de automóveis. As propagandas são cada vez mais intensas e intermitentes. "Entre na concessionária e saia de carro novo, sem pagar nenhum centavo de entrada, com apenas 2,90 reais por dia", estrila uma propaganda.

"Eu gastava uma hora e meia de ônibus coletivo para chegar ao local do meu trabalho, mas agora gasto quase 3 horas, pois o trânsito está um inferno. Ao invés de levantar às 5 horas da manhã, tenho que levantar agora às 3h:30 da madrugada", desabafa Rosália.

Dia 2 de janeiro de 2010, pela manhã, vindo de automóvel, de João Pinheiro para Belo Horizonte (MG) – distância de 380 Km –, cruzei com 95 cegonheiras (carretas) que transportavam mais de mil automóveis. No Brasil, em 2007 foram vendidos 2,5 milhões de automóveis; em 2008, mais de 3 milhões. A FENABRAVE informou, em 5 de janeiro de 2010, que o Brasil fechou 2009 com um recorde de 3.141.226 veículos novos vendidos, número que, mesmo com a crise financeira, foi 11,35% superior ao de 2008.

As vendas de automóveis e veículos comerciais leve’s, em 2010, devem ultrapassar 3,4 milhões de unidades.

Encontrar estacionamento nas cidades grandes está cada vez mais difícil e, quando se encontra, muito caro. Nos grandes engarrafamentos, os automóveis se transformam em celas solitárias, prisões ambulantes. Prendem as pessoas não mais só em prisões ou com tornozeleiras, mas em celas solitárias ambulantes que são os automóveis em trânsito lento ou engarrafado.

Em uma progressão geométrica, as cidades vão se transformando em grandes estacionamentos. Sobrevive-se muito mais tempo dentro de automóveis e de ônibus coletivos do que em casa ou no ambiente de trabalho. Rádio, toca CDs, MP 3 e celulares aliviam a tensão que causa ficar "preso no trânsito".

Eis sinais de que estamos no meio de uma ‘automóvelatria’, ou seja, idolatria dos automóveis. Esses são deuses, falsos ídolos, que imolam no altar dos "acidentes" de trânsito 50 mil seres humanos por ano, só no Brasil. Ídolos que emitem bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, aumentando muito o aquecimento global com todas as mudanças climáticas que sacrificarão cada vez mais um número maior de pessoas e tantos seres vivos da biodiversidade. Ídolos que paralisam milhões de pessoas em congestionamentos que a cada dia batem recordes em tamanho. Estresse, angústia, irritação, nervosismo, desrespeito às leis de trânsito, acidente ... São produzidos por esta nova idolatria que também pode ser chamada de carrolatria.

Em apoio e incentivo à automóvelatria, o governo Lula está sendo um Juscelino Kubitschek, pois fez em cinco anos o que se faria em cinqüenta: abarrotou o Brasil de automóveis e deixou milhões de pessoas endividadas e de joelhos, adorando à deusa indústria automobilística. Até os jegues que compõem a cultura nordestina estão ameaçados de extinção, pois a moda é comprar motocicletas que, na prática, substituem cavalo, égua e os jumentos (será que Jesus toparia entrar em Jerusalém montado numa motocicleta?).

Como desvencilhar-se da automóvelatria e resgatar a fé no Deus da vida? Idolatria é algo sedutor, mas é possível recriarmos uma outra forma de conviver em sociedade.

Cito alguns caminhos necessários: a) Criar uma sociedade sustentável; b) Reduzir muito o consumo; c) Viver de forma simples e austera; d) Frear o progressismo econômico. Basta de "é preciso crescer". A hora é de "é preciso preservar os bens naturais"!; e) Investir em transporte coletivo: metrô, trens, bicicleta etc.; f) Fazer reforma agrária para devolver para o campo a imensa multidão que foi enxotada pelo êxodo rural; g) Reforma urbana e não apenas urbanização; h) Reforma tributária a partir dos pobres; i) Fortalecer a democracia direta e participativa; j) Dar voz aos movimentos sociais populares e às pessoas de boa vontade.


FONTE: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5285/180/

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BICICULTURA 2010 - SUCESSO!

Bicicultura 2010 se consolida como maior evento sobre bicicletas realizado no Brasil.
Intensa troca de experiências, planejamentos e ações!

sábado, 6 de novembro de 2010

1ª Mostra Internacional de Cinema sobre Bicicleta.

É com imensa satisfação que a ACIRN – Associação de Ciclistas do RN, comunica que realizará a sua 1ª Mostra Internacional de Cinema sobre Bicicleta.



Midcib

A Mostra Internacional de Cinema sobre Bicicleta tem o objetivo de estimular a produção de audiovisual sobre o uso da bicicleta nos seus mais vários aspectos e impressões positivas que esse extraordinário veículo promove.



Realização

A Midcib é uma realização da ACIRN que contará com o apoio de vários órgãos governamentais, empresas e diversas instituições do movimento social.



05 de Junho

Estimular as comemorações com referência ao Dia Mundial do Meio Ambiente. A cidade de Natal/RN abrirá a mostra do Midcib que ocorrerá de 26 de maio a 29 de junho de 2011.



Exibição

As cidades onde serão exibidos a Midcib:

Natal, Açu, Areia Branca, Mossoró, Alexandria, Alto do Rodrigues, Macau, Parnamirim, Macaíba, Ceará-Mirim, João Câmara, Tibau do Sul/Pipa, Baia Formosa, Santa Cruz, Currais Novos, Acari, Caicó e São Miguel do Gostoso.



www.midcib.blogspot.com

Você encontrará outras informações, como as datas de exibição em cada cidade e sobre as inscrições dos filmes para concorrer ao Midcib 2011.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Cultura da bicicleta na Europa - bom exemplo

Cultura da bicicleta na Europa - bom exemplo

texto e fotos por Uirá Lourenço


Para os que sonham com cidades saudáveis no Brasil e ainda creem na possibilidade de, um dia, termos boas condições para a mobilidade por bicicleta, vale conferir o link abaixo, com imagens sobre o uso de bicicleta em Paris, Berlim, Amsterdam e Copenhague.

Cultura da bicicleta na Europa
http://picasaweb.google.com.br/uiradebelem/CulturaDaBicicletaNaEuropa

Observei que são diversas as medidas de incentivo às bicicletas: ciclovias, ciclofaixas, bicicletários, integração intermodal, sinalização, fiscalização e educação no trânsito. Além disso, incentivo ao transporte coletivo, desestímulo aos automóveis (política de tributação e restrição do espaço destinado a eles) e moderação de tráfego (com destaque para as zonas 30, de baixa velocidade) fazem parte do pacote de melhorias na mobilidade.

Fica como exemplo a ser seguido.

Teremos novos governos em 2011. E a Copa será em 2014. O cenário é, em tese, favorável a mudanças. Só nos resta lutar por melhorias na mobilidade urbana. Definitivamente, a locomoção motorizada individual tradicionalmente adotada nos centros urbanos do Brasil não é racional nem saudável.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

HOJE - BICICLETADA!





Bicicletada das bruxas!
29/10/2010
18h30
Praça das Bicicletas (ao lado do Museu Nacional)
O percurso é definido na hora.
Pra quem nunca foi, é so chegar e pedalar!

compareçam e levem mais gente, essa bicicletada promete, com ou sem chuva!
vai rolar muito stencil e muito mais!
Levem tintas, pincéis, sprays...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

2º Desafio Intermodal de Brasília - Resultado Parcial


Modal

Participante

Tempo

Custo (reais)

1

Moto

Vinícius Vianna

22 min

1,2

2

Moto

Cristina Souza

25 min

1

3

Bicicleta MTB

Claudio Ferreira

27 min

0

4

Bicicleta Fixa

Fábio Brumana

29 min

0

5

Bicicleta Speed

Débora Fernandes

29 min

0

6

Bicicleta Speed

Sérgio Camargo

32 min

0

7

Carro

Simone Messias

33 min

3,4

8

Bicicleta Dobrável e metrô

Daniel Mafra

33 min

3

9

Bicicleta familiar e metrô

Uirá Lourenço e família

33 min

6

10

Bicicleta MTB

Yuriê Baptista

35 min

0

11

Bicicleta MTB

Gustavo Souto

36 min

0

12

Carro

Danilson Ramos

37 min

5

13

Bicicleta dupla (tandem)

Anderson e Wallace

38 min

0

14

Bicicleta dobrável e ônibus

Rodrigo Guimarães

38 min

3

15

Ônibus

Bruno Aragão e Paulo Alexandre

38 min

2

16

Patins

Márcio Carvalho

47 min

0

17

Metrô

Núbia Melo, Beth Davison, e Maria Rosa

56 min

3

18

Bicicleta dobrável e ônibus

Breno Rodrigues

59 min

2

19

Bicicleta MTB

Paula Cinquetti

59 min

0

20

Ônibus e metrô

Renato Zerbinato

1 hora e 9 min

5

21

A pé

Luizalice Labarrère e Thiago Tinoco

2 horas e 39 min

0

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2º Desafio Intermodal de Brasília


2º Desafio Intermodal de Brasília – 20/9 (2ª-feira), 7h

Neste ano, Brasília terá a 2ª edição do Desafio Intermodal, em comemoração ao Dia Mundial sem Carro.

A intenção do Desafio Intermodal é comparar os diversos meios de transporte quanto a tempo, custo, poluição e nível de estresse, entre outros fatores. O Desafio propõe a reflexão sobre nosso modelo de transporte altamente dependente do automóvel.

O comparativo entre meios de transporte é realizado em diversas cidades do exterior e do Brasil no mês de setembro. Em geral, as bicicletas se destacam pela rapidez, baixo custo, praticidade e emissão nula de poluentes.

Serão doze modalidades: Bicicleta (mountain bike, urbana); Bicicleta Speed (de corrida); Bicicleta dobrável e ônibus; Bicicleta (mountain bike, urbana) e metrô; Bicicleta dobrável e metrô; Moto; Carro; Ônibus; Metrô; Patins; Patins e metrô; A pé.

Organizado pela Sociedade das Bicicletas, o 2º Desafio Intermodal de Brasília será realizado no dia 20/9, segunda-feira, às 7h, abrindo a programação da "Semana da Mobilidade: A Cidade que Queremos"

Todos os participantes saem ao mesmo tempo do ponto inicial.

A saída será do Guará I, estacionamento do MC Donald´s, altura da QI7, avenida principal (Ri 1). O ponto de chegada é a Praça das Bicicletas, no Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios. Pela EPTG, são 14 quilômetros .

Segue o link do mapa com os detalhes:

http://maps.google.com.br/maps/ms?hl=pt-BR&ie=UTF8&msa=0&msid=114953196484692605646.00049010485ec8bacdb6c&ll=-15.810753,-47.929745&spn=0.096623,0.154324&t=h&z=13

Para mais informações:

www.sociedadedasbicicletas.blogspot.com


Renato Zerbinato

(61) 9275-6277

(61) 8223-7794


Uirá Lourenço

(61) 8126-5153

Semana da Mobilidade: A Cidade que Queremos


Semana da Mobilidade: A Cidade que Queremos

20 a 26 de setembro de 2010

Para comemorar o Dia Mundial Sem Carros (22/09), diversas cidades do mundo se reúnem para repensar o significado e a importância da vida diante das estatísticas de morte no trânsito, sensibilizando-se sobre a democratização do uso do espaço público e a dimensão da solidariedade; sobre o incentivo ao uso do transporte coletivo e formas solidárias de deslocamento; sobre um alinhamento em relação às políticas ambientais, de qualidade de vida e sobre a mobilidade urbana de forma sustentável, onde a prioridade esteja no deslocamento das pessoas e não na fluidez dos automóveis.

O desafio central desta iniciativa é estimular as pessoas a deixarem seus carros na garagem no dia 22 de setembro e sempre que for possível durante os outros dias do ano. Assim, elas verão que uma outra cidade é possível, com menos poluição, menos acidentes e mais espaço para o convívio entre as pessoas.

PROGRAMAÇÃO

De 20 a 26 de setembro

Divulgação e cobertura televisiva da UnBTV, Rádio Câmara e TV Câmara


20/09

2º DESAFIO INTERMODAL BRASÍLIA

Este desafio consiste em acompanhar e registrar o percurso de pessoas que utilizam diferentes meio de transportes em um trajeto simulado com mesma origem e destino para todos.

Info: www.sociedadedasbicicletas.blogspot.com


21/09

EVENTOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Exposição de fotos, textos, bicicletas e seus acessórios de segurança contando como surgiu a Semana da Mobilidade e a história da bicicleta como meio de transporte.

Info: jacimara.machado@camara.gov.br

22/09

Pedalaço na EPTG – comemoração do Dia Mundial sem Carro

Para comemorar o Dia sem Carro, vários ciclistas do Distrito Federal vão descer a EPTG rumo à Esplanada.
Além de mostrar a viabilidade da bicicleta como meio de transporte, a intenção é fazer um protesto silencioso para cobrar a construção da ciclovia. A via terá ainda mais espaço para os carros, graças à mega-ampliação, e será entregue sem a ciclovia prometida.

O Pedalaço vai ser no dia 22 de setembro, às 7 horas. O ponto de encontro é na passarela do Guará. O mapa com os detalhes estão disponíveis no seguinte link:

http://maps.google.com.br/maps/ms?hl=pt-BR&ie=UTF8&msa=0&msid=114953196484692605646.00049018f3db1d80c6983&ll=-15.816286,-48.007593&spn=0.044924,0.056562&t=h&z=14

Um grupo de ciclistas sairá de Águas Claras. O ponto de encontro é às 6h30 na loja Ciclotrilhas (avenida Araucárias, lote 305).

Venha pedalar, papear e curtir uma forma de locomoção saudável e sem estresse!

INFO: www.pedalacodf.blogspot.com

22/09

VAGA VIVA E MESA REDONDA NA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

A Vaga Viva consiste em fechar espaços destinados a estacionamento de automóveis e ambientá-los para o convívio de pessoas por meio de atividades sociais e culturais.

A Controladoria-Geral da União promoverá a Mesa Redonda Mobilidade Sustentável, onde estarão presentes especialistas ligados ao tema em debate aberto ao público.

Info: tatiana.spinelli@cgu.gov.br

24/09

BICICLETADA

O movimento Bicicletada é pacífico, desvinculado a instituições e consiste em reunir um grupo de ciclistas para pedalar pelas ruas e protestar pela redivisão do espaço e segurança no trânsito.

www.bicicletada.org

26/09

PASSEIO CICLÍSTICO RODAS DA PAZ

É um evento anual da parceria Rodas da Paz/ Extra que ocorre com objetivo de integrar a população com o tema qualidade de vida, mobilidade e lazer com o uso da Bicicleta.

Info: www.rodasdapaz.org.br





sexta-feira, 20 de agosto de 2010

NOVAS CAMISETAS

Chegaram novas camisetas para você que gosta e quer ajudar a difundir a cultura da bicicleta.
Temos camisetas nos seguintes tamanhos:

Baby Look - P e G
Camiseta - P e M
O valor da camiseta:
1 por R$ 25,00
2 por R$ 45,00
3 por R$ 60,00

Confira as estampas e façam seus pedidos:

Contatos:

Danilson:
dantexto@gmail.com
(61) 8473-1797

Renato:
zerbinatoabc@hotmail.com
(61) 8223-7794

As camisetas também podem ser encontradas na ECO PEDAL, 307 Norte.


Modelo 1: "I Love my bike"




Modelo 2: "Filosofia da bicicleta"



Modelo 3: "Benefícios das bicicleta"
A única com estampa na frente e nas costas.









Medidas antitráfego


Medidas antitráfego

ONG Movimento Nossa São Paulo propõe medidas antitráfego. Conheça as principais propostas do plano que prioriza a circulação de ônibus e bicicletas e quais as possibilidades de que eles venham a sair do papel em breve


Anunciada no último dia 28 de julho pelo prefeito Gilberto Kassab, a restrição ao trânsito de caminhões e motos em um trecho da Marginal Pinheiros e nas avenidas dos Bandeirantes e Jornalista Roberto Marinho seguiu um roteiro comum às regras que organizam o vaivém na cidade: foi apresentada às vésperas de entrar em vigor. “Boas ou ruins, as mudanças nessa área são feitas sempre na base da canetada”, afirma Maurício Broinizi, coordenador executivo do Movimento Nossa São Paulo, ONG criada em 2007. Por não enxergar na cidade nenhum plano geral de mobilidade, o movimento resolveu apresentar um à prefeitura. O estudo será enviado à Câmara de Vereadores em setembro. Se forem postas em prática, as medidas acabarão por espremer ainda mais o espaço dos carros de passeio. “Nosso sistema viário não dará conta do crescimento da frota nos próximos anos” acredita Broinizi. Conheça as principais propostas e qual a possibilidade de que venham a sair do papel em breve:

AUMENTAR O NÚMERO DE CORREDORES DE ÔNIBUS
Viabilidade: média
A ideia é reservar faixas exclusivas para ônibus em praticamente todas as vias de grande tráfego da cidade. Como primeira consequência, haveria a redução do espaço para os motoristas e o aumento dos congestionamentos. “Isso deixará de ser um problema quando o público que anda de carro passar a ver o corredor como um benefício”, diz Broinizi. O exemplo é o programa Transmilenio, implantado em 1998 por Bogotá, na Colômbia: faixas exclusivas com pontos de ultrapassagem entre os ônibus e cobrança de bilhete único nas estações, para não haver demora no embarque. Lá, os coletivos têm capacidade para até 240 pessoas, passam a cada quatro minutos e andam à velocidade média de 27 quilômetros por hora. Segundo a prefeitura de Bogotá, um em cada cinco motoristas adotou o ônibus. “O custo do quilômetro de um bom corredor fica em torno de 90 milhões de reais. É um quarto do valor do quilômetro do metrô e não leva décadas para ficar pronto”, explica Broinizi.


TIRAR DO PAPEL AS CICLOVIAS PROJETADAS
Viabilidade: alta
O Plano Diretor Estratégico do município para o período de 2006 a 2012 prevê a criação de 367 quilômetros de ciclovias, ligando terminais de ônibus, trens e metrô. Hoje, a cidade tem cerca de 50 quilômetros, 20 deles dentro de parques. Com população pouco menor que a de São Paulo, Nova York conta com 675 quilômetros de ciclovias.

DIMINUIR OS DESLOCAMENTOS
Viabilidade: baixa
Não tem a ver com carros ou ruas, mas interfere no trânsito: a cidade ficará menos congestionada se as pessoas encontrarem o que procuram perto de casa. “Em Amsterdã, na Holanda, os estudantes não caminham mais de quinze minutos até o colégio”, afirma Broinizi. Sai caro criar pequenos hospitais e escolas em cada esquina, mas, ainda assim, o Movimento Nossa São Paulo acredita que é possível aproveitar esse modelo no planejamento diário. E evitar a centralização. “Quando transferiram a sede do Tribunal do Júri do Fórum de Santo Amaro para a Barra Funda, em 2008, 3 milhões de pessoas ficaram desassistidas”, conta Broinizi. Agora, sempre que precisam resolver algum problema com a Justiça, têm de ir até a Zona Oeste.


DAR PRIORIDADE AO PEDESTRE
Viabilidade: alta
De quatro pessoas que morrem por dia no trânsito de São Paulo, duas são pedestres, segundo o Movimento Nossa São Paulo. Para mudar esse quadro, a cidade necessita de calçadas mais adequadas a deficientes físicos, mais faixas para atravessar a rua e maior fiscalização aos avanços de sinal. Nem a Avenida Paulista, no coração da cidade, escapa das críticas. Para Broinizi, os sinais de trânsito não dão tempo para os idosos atravessarem de um lado ao outro e eles ficam ilhados no meio da avenida.

CRIAR UM PLANO DE MOBILIDADE
Viabilidade: alta

A ONG propõe a criação de um fórum de discussão do governo com a sociedade. O exemplo é o Pacto pela Mobilidade, de Barcelona, na Espanha, que reúne prefeituras, sindicatos de motoristas, associações de vítimas de acidentes de trânsito e empresas que dependem do transporte de mercadorias. “Beneficiários e potenciais afetados pelas mudanças no trânsito, todos sentam à mesma mesa. É importante entender para onde São Paulo vai”, diz Broinizi.

Mais um mini acidente em Brasília




Não é incomum ver este tipo de acidente nas ruas de Brasília, também, não é nem um pouco raro observar comportamentos que levam á este tipo de situação.

Motoristas desatentos, muita gente falando no celular o tempo todo, tem gente que consegue mandar até uns torpedos enquanto dirige... nem precisa mais falar nada né...

Falta de sinalização adequada, a esmagadora maioria dos mautoristas não usam a seta quando vão estacionar, mudar de faixa de direção, entrar à direita ou à esquerda, sair do estacionamento, enfim, a falta de comunicação é extremamente prejudicial por aqui e para os ciclistas, esta falta de comunicação pode ser fatal.

Pressa e egoísmo, todo mundo se acha no direito de passar na frente do outro, todo mundo acelera frenéticamente, impacientemente, mesmo vendo que não há espaço para o seu veículo.
Stress contínuo, a quantidade de carros na rua é cada dia maior, e isso gera um stress continuo nas pessoas que a cada dia ficam mais e mais tempo no congetionamento, então, quando existe um minimo espaço livre, a velocidade se torna infinitamente maior.

Bom, pra quem não conhece, assim é Brasília, infelizmente...

A FOTO do acidente acima foi tirada hoje, 20/08, 11h30, na FAIXA DE PEDESTRE da comercial na 114 Sul.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

...no dia do ciclista...





Hoje, quinta-feira, 19/agosto/2010, às 18h30, na Igrejinha da 308 Sul, será celebrada missa em memória do nosso filho Pedro Davison por ocasião do 4º ano que passamos sem a sua presença entre nós.



Contamos com a participação de todos aqueles que comungam com os ideais que nortearam o caminho do Pedro de respeito à vida e a harmonia com a natureza como princípios para uma sociedade mais justa e feliz.



Pedro acreditava que a ação de cada um fazia a diferença; tinha a bicicleta como opção de transporte saudável e ambientalmente sustentável e a fé na construção de um futuro livre da violência e do desrespeito aos direitos que marcam nosso cotidiano.



A dor da sua ausência e o vazio que angustia serão companheiras na alma de todos que o amavam, mas não impedirão que sua alegria de viver, seu exemplo de bondade, simplicidade e compreensão permaneçam como guias de fé no compromisso que todos temos de lutar por um mundo melhor, justo e com respeito ao direito de cada um construir sua própria felicidade.



O amor do Pedro pelo ciclismo nos fez engajar na luta pelo direito de escolha do uso da bicicleta como opção de transporte.



Aos candidatos da eleição de outubro/2010 solicitamos o compromisso - e aos eleitos a determinação - para um basta à crescente violência no trânsito brasileiro. É fundamental termos legislação adequada e a penalização efetiva dos que desrespeitam o convívio social, tripudiam a lei e cometem crimes. E que sejam realizados os investimentos e as ações que garantam uma mobilidade urbana respeitosa com a vida e com os direitos de cidadania. É imperativo que expressem propostas e vontade política de mudar.



Agradecemos a Deus pelo filho que nos deu e por nos ter proporcionado a alegria de tê-lo junto a nós por vinte e cinco anos. Agradecemos também por todos aqueles que nos ajudam no dia a dia a reconstruir um futuro possível.



A missa pelo Pedro será também a lembrança de tantos outros que se foram em iguais circunstâncias; às famílias igualmente vítimas da violência; um ato de fé e esperança naqueles que tem o compromisso da mudança; àqueles que não dizem sim ao inaceitável.



Obrigado a todos que puderem participar e ficaremos imensamente reconhecidos aos que comparecerem em suas bicicletas.



Beth e Persio Davison

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Paris faz planos para se tornar a "Cidade das Bicicletas"

(enviado por Rodrigo Guimarães / DF)

Qui, 12 Ago, 01h35

Por Elizabeth Pineau

PARIS, 12 de agosto (Reuters Life!)

Três anos depois de lançar um programa de aluguel de bicicletas amplamente copiado por outras cidades, Paris está intensificando seus esforços para converter-se em capital aberta aos ciclistas, comparável a paraísos das bicicletas como Amsterdã e Berlim.

Centenas de quilômetros de novas ciclovias estão sendo criados na Cidade das Luzes, ciclistas estão conquistando novos direitos nas ruas e o serviço de aluguel de bicicletas públicas, lançado em 2007 pelo prefeito socialista Bernard Delanoe, está sendo ampliado para incentivar mais parisienses a deixar os carros em casa e pedalar.

A meta é dobrar em uma década o número de bicicletas que circulam nos bulevares da capital.

Com a exceção da Tour de France, encerrada todos os anos com uma descida simbólica pela avenida Champs Elysées, as bicicletas no passado eram pouco vistas nas ruas de Paris.

Os ciclistas tinham poucos direitos e pedalar nas ruas da capital era uma aventura de alto risco.

A situação começou a mudar no final de 1995, quando uma greve dos transportes públicos paralisou Paris, obrigando muitos habitantes a recorrer a suas bikes.

Seis anos depois, Delanoe chegou à prefeitura e lançou uma campanha para reduzir o trânsito e a poluição na zona central da cidade. Ele criou algumas das primeiras ciclovias e fechou ruas aos carros nos fins de semana, dentro da campanha "Paris Respira".

Mas a mudança maior se deu três anos atrás, com o lançamento do sistema de self-service Velib', com o qual parisienses e turistas podem alugar uma bicicleta estacionada em uma das centenas de estações próprias espalhadas pela cidade e deixá-la em outra estação em qualquer outro lugar de Paris.

Os usuários do Velib' podem pagar por dia, semana ou por um ano inteiro; a participação por um ano inteiro custa apenas 29 euros. A primeira meia hora de cada percurso é gratuita, e a partir daí é cobrada uma taxa que vai subindo.

"Desde o primeiro dia em que deixei minha bike em casa para aderir ao Velib' fiz uma assinatura e estou adorando", falou Kate Dupont, de 30 e poucos anos, que usa o sistema todos os dias para deslocar-se entre seu apartamento, perto da Bastilha, e o trabalho, ao lado do museu do Louvre.

LONDRES E BRUXELAS SEGUEM O EXEMPLO

O serviço enfrentou alguns problemas. A prefeitura foi obrigada a substituir a frota inteira de 20 mil bikes em dois anos -- uma despesa custeada pelos contribuintes -- porque muitas delas foram roubadas ou depredadas.

Apesar disso, o Velib', administrado pela gigante publicitária JC Decaux em troca de espaço publicitário adicional nas ruas de Paris, vem sendo um sucesso retumbante.

Cerca de 162 mil parisienses já fizeram assinaturas por períodos longos. Um novo aplicativo para o iPhone da Apple permite que os usuários do sistema vejam quantas bikes estão estacionadas nas 1.800 estações espalhadas pela capital.

No mês passado, Londres lançou um esquema que segue o exemplo do sistema parisiense. Bruxelas inaugurou no ano passado um novo serviço de bicicletas batizado de Villo!.

Pelos novos planos aprovados pela Câmara Municipal em junho, até 2014 Paris vai ampliar sua rede de ciclovias dos 440 quilômetros atuais para 700 quilômetros.


fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100812/mundo/mundo_franca_paris_bicicletas