CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Quem sai de bicicleta da praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, em direção à praça Itália, próxima ao largo da Batata, tem dois percursos possíveis: o óbvio e o alternativo.
O óbvio é aquele geralmente usado por quem anda de carro, passando por toda a extensão da avenida Paulista e, depois, da Rebouças.
O alternativo não passa por nenhuma grande avenida e faz um ziguezague dentro dos bairros.
Esse segundo trajeto é mais seguro para os ciclistas: passa por ruas com menos movimento de veículos pesados, mais planas, também largas e até mais arborizadas.
É a rota que ciclistas experientes costumam escolher, depois de alguma prática.
Foi com isso em mente que o pesquisador do Cebrap Leandro Valverdes idealizou um projeto que já tinha sido pensado por outros ciclistas e que já é adotado em cidades como Nova Iorque: o mapeamento de ciclo-rotas para quem usa a bicicleta como meio de transporte no centro expandido paulistano.
"A chave para pedalar em São Paulo é a escolha dos caminhos, que não coincidem com os caminhos feitos de carro", diz Valverdes.
A jornalista Verônica Mambrini, 28, demorou algumas semanas para ter esse "estalo" quando começou a pedalar para o trabalho, no trajeto Pompeia-Lapa, há quatro anos. No começo, ela ia pela av. Pompeia, passava pelo viaduto da Antártica e seguia pela av. Marquês de São Vicente. Depois, passou a usar apenas as vias dentro do bairro Vila Romana.
"Pelas ciclo-rotas dá para dar uma relaxada, pedalar mais tranquila". Para quem é adepta do movimento "cycle chic", que prefere pedalar com a roupa do trabalho --inclusive salto alto e maquiagem--, tranquilidade é um alvo, que Verônica busca em conversas com amigos mais experientes.
O empresário Eduardo Grigoletto, 33, também gostou da ideia das ciclo-rotas. Hoje ele faz o próprio roteiro com ajuda do Google Maps, mas diz que há caminhos sem alternativas, como o que ele percorria diariamente entre o Planalto Paulista, perto do aeroporto de Congonhas, e o Bom Retiro --passando por avenidas grandes como Jabaquara, Domingos de Moraes, Vergueiro e Tiradentes.
O projeto, financiado pela Secretaria Municipal de Esportes, começou há duas semanas com um levantamento prévio dos polos geradores de viagem da cidade, como escolas, universidades, comércios, equipamentos culturais e estações de metrô.
Na semana que vem, três ciclistas, munidos de GPS, vão percorrer as ruas num trabalho de campo, para traçar os melhores roteiros, considerando o tráfego, a largura das vias, os morros, qualidade do piso, arborização e presença de atrativos culturais. A ideia é que em setembro o mapa já esteja pronto e possa ser usado inclusive pela sinalização da CET.
Em 2010, 49 ciclistas morreram em acidentes de trânsito --foram 61 em 2009.
DE SÃO PAULO
Quem sai de bicicleta da praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, em direção à praça Itália, próxima ao largo da Batata, tem dois percursos possíveis: o óbvio e o alternativo.
O óbvio é aquele geralmente usado por quem anda de carro, passando por toda a extensão da avenida Paulista e, depois, da Rebouças.
O alternativo não passa por nenhuma grande avenida e faz um ziguezague dentro dos bairros.
Esse segundo trajeto é mais seguro para os ciclistas: passa por ruas com menos movimento de veículos pesados, mais planas, também largas e até mais arborizadas.
É a rota que ciclistas experientes costumam escolher, depois de alguma prática.
Foi com isso em mente que o pesquisador do Cebrap Leandro Valverdes idealizou um projeto que já tinha sido pensado por outros ciclistas e que já é adotado em cidades como Nova Iorque: o mapeamento de ciclo-rotas para quem usa a bicicleta como meio de transporte no centro expandido paulistano.
"A chave para pedalar em São Paulo é a escolha dos caminhos, que não coincidem com os caminhos feitos de carro", diz Valverdes.
A jornalista Verônica Mambrini, 28, demorou algumas semanas para ter esse "estalo" quando começou a pedalar para o trabalho, no trajeto Pompeia-Lapa, há quatro anos. No começo, ela ia pela av. Pompeia, passava pelo viaduto da Antártica e seguia pela av. Marquês de São Vicente. Depois, passou a usar apenas as vias dentro do bairro Vila Romana.
"Pelas ciclo-rotas dá para dar uma relaxada, pedalar mais tranquila". Para quem é adepta do movimento "cycle chic", que prefere pedalar com a roupa do trabalho --inclusive salto alto e maquiagem--, tranquilidade é um alvo, que Verônica busca em conversas com amigos mais experientes.
O empresário Eduardo Grigoletto, 33, também gostou da ideia das ciclo-rotas. Hoje ele faz o próprio roteiro com ajuda do Google Maps, mas diz que há caminhos sem alternativas, como o que ele percorria diariamente entre o Planalto Paulista, perto do aeroporto de Congonhas, e o Bom Retiro --passando por avenidas grandes como Jabaquara, Domingos de Moraes, Vergueiro e Tiradentes.
O projeto, financiado pela Secretaria Municipal de Esportes, começou há duas semanas com um levantamento prévio dos polos geradores de viagem da cidade, como escolas, universidades, comércios, equipamentos culturais e estações de metrô.
Na semana que vem, três ciclistas, munidos de GPS, vão percorrer as ruas num trabalho de campo, para traçar os melhores roteiros, considerando o tráfego, a largura das vias, os morros, qualidade do piso, arborização e presença de atrativos culturais. A ideia é que em setembro o mapa já esteja pronto e possa ser usado inclusive pela sinalização da CET.
Em 2010, 49 ciclistas morreram em acidentes de trânsito --foram 61 em 2009.
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