segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VENDA DE CAMISETAS

ATENÇÃO!

Para quem acha que pedalar não é suficiente e quer levar a bike no peito em todos os lugares que frequenta...

Estão disponíveis para venda, algumas camisetas da Bicicletada.

Segue abaixo as imagens, com detalhes dos tamanhos disponíveis.

O valor de cada camiseta é de R$ 20,00.

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Frente: UM CARRO A MENOS

Verso: PLACA - 1,5M

Cor: BRANCA

Tamanhos: P / M / G

frente

verso




JOGUE O CARRO NO LIXO
VERDE
Tamanho M

LIFE IS A CYCLE
BRANCA
Tamanho: P/M

VENDO CRÉDITOS DE CARBONO
BRANCA
tamanho: P / M



CARRO GRANDE PINTO PEQUENO
BRANCA
tamanho: P / M



Para comprar qualquer camiseta, entre em contato:

E-MAIL: senhorzerbinato@gmail.com
MSN: senhorzerbinato@hotmail.com
SKYPE: zerbinato77
Celular: (61) 9275-6277

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

3 anos sem Pedro Davison


Segue e-mail da querida Beth Davison.

É de extrema importância, que nós (ciclistas, bicicleteiros e/ou seja lá a denominação que usamos), façamos essa leitura e uma profunda reflexão sobre o fato, o contexto e todas as consequências prováveis e inimagináveis.

Para quem AINDA não sabe do que se trata ou quer mais informações, acessem o link abaixo.

http://bicicletanavia.multiply.com/journal/item/91


Esperamos ter um grande número de usuários de bicicleta neste dia!

LEIAM COM ATENÇÃO!

Na próxima quarta-feira, às 19h30, na Igrejinha da 308 Sul, será celebrada missa em memória do nosso filho Pedro Davison por ocasião do 3º ano que passamos sem a sua presença entre nós.

Contamos com a participação de todos aqueles que comungam com os ideais que nortearam o caminho do Pedro de respeito à vida e a harmonia com a natureza como princípios para uma sociedade mais justa e feliz.

Pedrinho acreditava que a ação de cada um fazia a diferença; tinha a bicicleta como opção de transporte saudável e ambientalmente sustentável e a fé na construção de um futuro livre da violência e do desrespeito aos direitos que marcam nosso cotidiano.

A dor da sua ausência e o vazio que angustia serão companheiras na alma de todos que o amavam, mas não impedirão que sua alegria de viver, seu exemplo de bondade, simplicidade e compreensão permaneçam como guias de fé no compromisso que todos temos de lutar por um mundo melhor, justo e com respeito ao direito de cada um construir sua própria felicidade.

O amor do Pedro pelo ciclismo nos fez engajar na luta pelo direito de escolha do uso da bicicleta como opção de transporte.

Agradecemos a Deus pelo filho que nos deu e por nos ter proporcionado a alegria de tê-lo junto a nós por esses vinte e cinco anos.

Agradecemos também por todos aqueles que nos ajudam no dia a dia a reconstruir um futuro possível.

A missa pelo Pedrinho será também a lembrança de tantos outros que se foram em iguais circunstâncias; às famílias igualmente vítimas da violência; um ato de fé e esperança naqueles que tem o compromisso da mudança; àqueles que não dizem sim ao inaceitável.

Obrigado a todos que puderem participar e ficaremos imensamente reconhecidos aos que comparecerem em suas bicicletas.

Beth e Persio Davison

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"O futuro não virá dos carros"

"O futuro não virá dos carros"

O diretor das Nações Unidas para o meio ambiente diz que os novos empregos estarão nas indústrias limpas

Por Alexandre Mansur
Para a revista Época

O mundo vive hoje duas crises. Uma financeira, outra ambiental. Para o economista alemão (nascido no Brasil) Achim Steiner, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a saída para ambas passa pelo mesmo caminho: investimento em tecnologias limpas e eficiência energética que nos ajudem a reduzir as emissões de poluentes causadores do aquecimento global. O plano proposto por Steiner foi batizado de New Green Deal (Novo Pacto Verde), em alusão ao New Deal dos anos 30 nos Estados Unidos. Em entrevista a ÉPOCA, ele diz que a energia renovável já emprega mais gente hoje que a indústria de petróleo e gás. E que o Brasil, que reduz o imposto dos automóveis para estimular a economia, precisa avaliar se o transporte individual tem reais perspectivas de gerar empregos, desenvolvimento e competitividade para o país nos próximos anos.

ENTREVISTA – ACHIM STEINER

QUEM É:
Nasceu em Carazinho, Rio Grande do Sul, onde viveu até os 10 anos. É alemão, casado e tem dois filhos, de 8 e 6 anos.

O QUE FAZ:

Diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Foi diretor do IUCN, a maior organização científica ligada a conservação.

ONDE ESTUDOU:
Estudou economia nas universidades de Oxford e de Londres. Leciona na Escola de Negócios Harvard, nos EUA, e no Instituto Alemão de Desenvolvimento, em Berlim.


ÉPOCAO senhor lançou, no ano passado, a iniciativa por um Novo Pacto Verde global. Que país o senhor apontaria como líder nesse movimento?
Achim Steiner – Nenhum país serviria de modelo agora. Mas vários oferecem bons exemplos. O Brasil se beneficiou das mudanças climáticas porque seu programa de etanol, desenvolvido para atender a demandas domésticas, ganhou potencial de exportação. A Alemanha, que há dez anos criou taxas para estimular a produção independente de energia, virou o maior produtor de energia dos ventos do mundo. A Coreia do Norte, em plena crise econômica, empenhou 1% do PIB em investimentos verdes. Nos EUA, o pacote de estímulo econômico de Barack Obama destina US$ 80 bilhões para gerar empregos verdes. A China está empenhando US$ 60 bilhões nisso. Mas é pouco. Os governos ainda gastam US$ 300 bilhões por ano em subsídios a atividades poluentes, ligadas ao consumo de combustíveis fósseis, como os carros. Você não pode pegar US$ 2 trilhões a US$ 3 trilhões emprestados da próxima geração para montar pacotes contra a crise e investir em tecnologias de ontem. Precisa apostar nas de amanhã, como técnicas modernas de construção, eficiência energética, transporte público e agricultura sustentável. A indústria das células fotovoltaicas (que geram eletricidade pela luz do sol) acredita que em dois ou três anos poderá competir em preço com as usinas termoelétricas. É daí que surgirão os empregos das próximas décadas.


ÉPOCAUm dos pontos importantes do pacote brasileiro de estímulo econômico foi o incentivo fiscal à indústria automobilística porque ela gera muito emprego.
Steiner – O auge de choque da crise financeira não é um bom momento para planejar a economia do futuro. É inquestionável que devemos estabilizar a economia, apoiando os setores existentes. Mas a economia verde já é uma grande empregadora. Segundo nossos levantamentos, em 2008 já há mais gente empregada no setor de energia renovável que na indústria de petróleo e gás. A Alemanha, o maior exportador do mundo, prevê que em dez anos terá mais empregos em tecnologias limpas que na indústria automobilística. A Siemens, uma das maiores multinacionais do país, diz que cerca de 20% de seu mercado global vem dos produtos de tecnologias limpas. Há seis anos, uma indústria têxtil na Índia percebeu a oportunidade de fazer geradores eólicos por causa dos blecautes. Virou a Suzlon, uma das maiores empresas de energia eólica do mundo. Na China, a Sun Tech virou, em seis anos, a terceira maior produtora de células fotovoltaicas do mundo. Sim, o Brasil tem seus automóveis. Mas precisa se perguntar como eles sobreviverão à transição que faremos à força para uma economia com menores emissões e menos transporte individual.
ÉPOCAEm dezembro, representantes de todos os países vão se encontrar em Copenhague para tentar fechar um acordo global para as mudanças climáticas. O senhor está otimista?
Steiner – Não sabemos se os políticos conseguirão criar as condições necessárias para fazer o que os cientistas recomendam. Segundo os pesquisadores, precisamos parar de aumentar nossas emissões de gases poluentes entre 2015 e 2020. Nos últimos meses, vimos representantes de alguns países assumindo, em encontros internacionais, compromissos de longo prazo para reduzir as emissões até 2050. Mas o que conseguirmos em Copenhague será mais definido pela negociação política que pela necessidade científica. Isso me preocupa. Porque até agora não há acordo real entre países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre como trabalharão juntos para conseguir as reduções. Também não há definição sobre o financiamento internacional aos projetos de redução de emissões das nações em desenvolvimento. Além disso, países como os EUA e o Japão estão ainda propondo metas de reduções de curto prazo, para 2020, bem abaixo das propostas pela Europa.

ÉPOCAPor que esse acordo de Copenhague é tão importante?
Steiner – Com base no que sabemos hoje sobre as mudanças climáticas, nossa civilização não está pronta para arcar com as consequências de um aquecimento maior que cerca de 2 graus célsius. Os custos seriam o equivalente a uma falência econômica global. Pesquisas brasileiras sugerem que esse grau de aquecimento tornaria impossível a manutenção da floresta amazônica. Não é apenas uma questão de ecossistemas e biodiversidade. A evaporação da floresta é uma bomba de água que alimenta boa parte do ciclo de chuvas em todo o continente. É apenas um exemplo dos sistemas naturais que seriam destruídos pelo grau de aquecimento para o qual estamos rumando hoje. Não podemos deixar essa herança para a próxima geração.
"Os governos ainda gastam US$ 300 bilhões subsidiandoatividades poluentes, ligadas aos combustíveis fósseis"

ÉPOCAPoucas nações cumpriram as metas acertadas em Kyoto, em 1997, e ninguém foi punido por isso. Por que seria diferente agora?
Steiner – À medida que as mudanças ficarem mais graves, as pressões entre os países vão aumentar. Já tivemos um debate quando o presidente Jacques Chirac, da França, sugeriu taxar as importações americanas porque os EUA não cumpriam as mesmas exigências ambientais que os europeus. Era uma desvantagem competitiva. A Organização Mundial do Comércio já indicou a possibilidade de aceitar tarifas para compensar os países que têm maiores restrições a emissões.

ÉPOCAE se não houver consenso?
Steiner – Na pior das hipóteses, eles podem decidir concluir as negociações em uma reunião subsequente. Também vai depender em parte da pressão do público sobre seus representantes. Além disso, o desempenho dos países para um acordo do clima também vai ser julgado nas urnas dos países democráticos.

ÉPOCASerá? Algum líder político já foi avaliado por sua atuação em relação a mudanças climáticas?
Steiner – Ninguém perde uma eleição apenas por causa de uma questão isolada. Mas há exemplos. O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, foi derrotado em 2007, depois de quatro mandatos consecutivos. Uma das razões apontadas para a derrota foi sua posição muito conservadora nas negociações internacionais sobre o clima e nas medidas internas. Na França, o Partido Verde virou a segunda maior força no Congresso. Além disso, as mudanças climáticas são um fenômeno com várias consequências, e as pessoas avaliam se o governo oferece segurança, empregos, alimentos ou energia. Estou em Nairóbi, no Quênia, em uma região que terá de se adaptar à possível escassez de água. Isso pode ameaçar nossa produção de comida e de energia baseada em hidrelétricas.

ÉPOCAQue limite de emissões evitaria o pior cenário das mudanças climáticas?

Steiner – Segundo os cientistas, devemos reduzir as emissões em 50% até 2050 para estabilizar o aquecimento em 2 graus célsius. É um tremendo desafio se você considerar que vários países ainda estão aumentando suas emissões. Para atingir essa meta global, o mundo precisa parar de aumentar suas emissões entre 2015 e 2020. Como ajudar países como a África do Sul ou a China a aumentar a oferta de energia para seus cidadãos sem ter de queimar mais carvão ou gás? Em Copenhague, os países ricos terão de estabelecer fundos para financiar a transição tecnológica e os investimentos em infraestrutura dos países em desenvolvimento. Mas, em última instância, acredito que teremos um acordo. Porque as consequências de não interrompermos o aquecimento são intoleráveis para a humanidade.

sábado, 8 de agosto de 2009

O DIA EM QUE FUI DE CARRO PARA A BICLETADA!

O DIA EM QUE FUI DE CARRO PARA A BICLETADA

Mais uma sexta-feira de correrias, já estou me acostumando com isso, dia de Bicicletada, dia de correria.
É como dizemos, pedalar todos os dias, celebrar todos os meses.
E nessa última Bicicletada, havia algo diferente no ar, não sabia antecipar o que seria, talvez o fato de não termos divulgado tanto a Bicicletada deste mês, ou talvez o fato de saber que algumas pessoas que sempre animam a galera não estariam por lá... mas a expectativa de mais uma festa da propulsão humana sempre me deixa realmente instigado...
Corri com alguns trabalhos na parte da manhã e consegui tirar a tarde inteira de folga, uma tarde toda para correr atrás de tudo o que fosse necessário e posível para que a celebração fosse perfeita.
Já no início da tarde, recebi a ligação da Musa e fiquei sabendo que ela tinha conseguido um data-show para projetarmos um filme, ou vídeos na parede do Tijolão Nacional (também conhecido como Biblioteca Nacional).
Em seguida conseguimos uma aparelhagem de som e voilá, estava pronto a estrutura hightech para o evento, faltava agora conseguir a autorização, energia elétrica, extensão... e alguns detalhes.
Deixei a Natasha com a Musa e fui com o carro cheio de equipamentos, tintas, faixas em branco, stencils e toda a sorte e esperança que encontrei pelo caminho.
Era aproximadamente 17:00 quando cheguei então à querida Praça das Bicicletas, o sol ainda estava forte, o que me deixou animado demais.
Fiquei um tempo refletindo sobre dezenas de coisas, projetos, idéias, práticas e assim entrei na Biblioteca para buscar a autorização para o evento.
Felizmente o amigo Delanof já havia feito um telefone importante e tudo já estava pronto.
Voltei à Praça das Bicicletas e gelei, já eram 18:00 e ninguém havia aparecido ainda.
Corri para o carro e comecei a descarregar os equipamentos, computador, datashow, caixas de som, em poucos minutos estava tudo instalado e então após deixar alguns vídeos rolando, continuei descarregando as faixas e tintas.
Foi então que o pessoal começou a chegar, primeiro u grupo pequeno formado por um participante antigo da Bicicletada Brasília e mais três ou quatro "novatos"... em seguida mais gente, alguns já bem conhecidos e ativos e outros novatos...
Chegou também a polícia, uma viatura e algumas motos e vieram me perguntar o que era aquilo que estava acontecendo, se ia rolar manifestação nas ruas e todas essas besteiras que sempre perguntam... eles ficaram por ali até a hora em que a Bicicletada segui pedal, mas felizmente não houve nenhum tipo de indisposição entre eles e a gente.
Os vídeos estavam rolando na parede externa do tijolão, vídeos sobre a Bicicletada SP, a Bicicletada de Aracajú, a Critical Mass de Nova York, Dia Mundial Sem Carros e muito outros...
Já era mais de 19:00 e ainda não tínhamos tanta gente no grupo, surgiu então uma certa preocupação, não estava muito claro se deveríamos contiuar vendo os videos e conversando mais um pouco, ou deveríamos logo partir e tomar a cidade como sempre fazemos.
Nesse meio tempo, chegou a Musa na minha bicicleta e mais alguns amigos.
Optamos pela primeira alternativa, já que algumas pessoas estavam ficando impacientes e se esperássemos mais tempo o grupo poderia se dispersar ali mesmo.
E assim os vídeos foram interrompidos e demos início à Bicicletada de Inverno.
Este que vos escreve cometeu um sacrilégio imenso, desde Janeiro foi a primeira Bicicletada que eu não pedalei, pelo menos não integralmente, portanto peço para que alguém que tenha pedalado o tempo todo nos faça um relato de como foi a coisa todoa.
Com a ajuda da Musa, ficamos desmontando todo o equipamento e guardando de volta no carro, aproveitamos para agradecer a amiga Sandra, que foi a pessoa da Biblioteca que nos apoiou e prestigiou o evento e somente depois de um bom tempo, tentando ligar e saber onde a Bicicletada estava passando é que onseguimos pedalar e tentar alcançar o povo.
Coloquei alguns panos no bagageiro da Natasha para que ficasse um banquinho confortável e dei carona para a Musa e assim fomos pedalando, o Delano (que tinha retornado para nos buscar), eu e a Musa na garupa.
Encontramos a Bicicletada somente nos últimos 200 metros de percursso, mesmo assim foi bacana demais.
A Bicicletada de inverno em Brasília terminou na altura da 203 Norte, em frente à um bar/café amigo.
Ia rolar uma festa por ali e entao nos concentramos na frente, com muita baderna e celebração.
Enquanto estávamos ali, resolvemos fazer a nossa intervenção e usando um stecil (presente do Benicchio, da Bicicletada SP) feito especialmente para a rua, começamos a pintar, com tinta branca a nossa ciclofaixa em toda a quadra comercial.
Muito bacana esse trabalho em equipe, enquanto dois carregavam o estencil e pintavam o chão, outro levava a tinta e outros, de bike iam fazendo um cordão de segurança, desviando e em alguns casos parando os carros para que pudéssemos concluir nossa atividade com tranquilidade.
Ao final da intervenção, chegou uma viatura da polícia e um policial mais truculento começou a gritar e pedir satisfação do que estava acontecendo.
Infelizmente sobrou para Rodrigo que na hora era o que estava mais próximo da lata de tinta e do stencil que havia ficado secando no chão... depois de alguns minutos de discussão e tensão, os políciais foram embora acelerando violentamente a viatura, cantando pneu e batendo na porta enquanto partiam.
Nós também partimos, fomos pedalando tranquilamente para outro lugar, agora para confraternizar com mais calma e já começar as conversas e os preparativos para a próxima Bicicletada Brasília!Voltamos à Praça das Bicicletas, onde a Musa se despediu da minha garupa e foi com o carro carregado até o nosso próximo ponto de encontro... e assim ficamos, até de madrugada, conversando e se divertindo!

E foi assim que terminou a Bicicletada de Inverno em Brasília!!!

PS.: AINDA não tenho nenhuma foto deste dia... se alguém tiver e mandar, eu agradeço!!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Trânsito Aracaju - Ciclo Urbano - Bike é Meio de Transporte

Matéria Feita por Carla Suzanne com imagens de Alan Barcellos, Publicada em 08 de Março no SETV 1ª Edição Mostrando a problemática causada pelos carros na cidade de Aracaju.
Matéria Feita por Carla Suzanne com imagens de Alan Barcellos, Publicada em 08 de Março no SETV 1ª Edição Mostrando a problemática causada pelos carros na cidade de Aracaju.

O vídeo original está no:

http://www.youtube.com/watch?v=xtVG7WUFnA0

domingo, 24 de maio de 2009

A Polly e a pedra!

Tudo estava muito lindo naquele dia, a noite anterior tinha sido muito boa, conversas, cervejas uma pedalada básica no final da noite, uma reunião de amigos, um filme e depois, o merecido descanso.
Ficou acertado, na noite anterior, que assim que levantássemos, iríamos conhecer uma possível casa para morarmos, a proposta era tão boa que chegava até a ser indecente.
Morar num chalé, no meio de outros chalés, dentro de uma chácara, com piscina de água corrente, um ribeirão e duas quedas d`água, fora a extensa vegetação do local, muito silêncio, muita calma, e o que é melhor, tudo isso por um preço muito muito baixo, e o que é melhor ainda, tudo isso a apenas 13 km do centro da cidade.
Poxa, o que são 13 km de bike??? Praticamente nada.
Levantamos cedo, quer dizer, cedo para um dia de sábado, resolvemos levar as bikes no carro e voltar pedalando. A Musa se propôs a levar todo mundo no seu carro comunitário, é lá fomos nós: a Musa, nós três e as três bikes.
Chegamos ao local, conhecemos os chalés, a piscina, o ribeirão e as quedas d`água, conhecemos a proprietária, uma senhorinha muito gentil que nos tratou muito bem, me senti em casa, era mesmo como se fosse parte da família...
Nos despedimos da senhoria, tiramos as bikes do carro, nos despedimos da Musa (não antes de combinar de encontrá-la no final do percurso para um farto café da manhã), enfim, estava na hora de avaliar se a distância e principalmente o percurso seria tranquilo para uma pedalada diária.
Pra ir pela pista de asfalto o caminho era extremamente mais longo, então, de maneira bem simples e natural optamos por ir pelo caminho de terra, afinal eram apenas 900 metros de descida e já sairíamos numa ciclovia bem segura, depois, ao final da ciclovia, teríamos mais uns 10 km de descida pelo asfalto, o que, na nossa avaliação, seria tranquilo demais.
E lá fomos nós, conversando, rindo e fazendo planos, pedalando pela estradinha de terra, até que começou a primeira ladeira.
Me posicionei atrás do grupo, afinal de contas, a minha bike estava (e ainda está) com o problemas no freio.
Tudo correu bem nos primeiros 500 metros de percurso, apesar da nítida velocidade que a querida Jah estava imprimindo em sua magrela.
Na segunda fase da descida a coisa se configurou de uma forma mais espantosa, eu sofria para segurar a Natasha sem freio naquela trilha esburacada e escorregadia, o Yu descia tranquilamente mais a frente, se apossando completamente da sua MTB, diga-se de passagem que além de perfeitinha era a única adequada para aquele tipo de terreno, e beeeeem lá na frente a Jah voava desgovernada em cima da Polly.
Depois de assistir, atônito a descida alucinante, me deparei com uma das cenas mais chocantes que já vi, tudo bem que por já ter feito muitas trilhas de bike já presenciei muitas e muitas quedas, alguns cortes profundos e outros tantos tropeços e hematomas, mas nada que se compare a tal colisão...
Ela ia firme e forte, em velocidade crescente, até se chocar de frente com uma parede de pedra bem no meio da trilha... a pancada foi forte, seca, o barulho, também seco, um estampido alto, algo inenarrável... a bike voou para um lado, a Jah para o outro, decolou uns dois metros de altura, ainda bateu a cabeça na pedra e se estatelou no chão.
Sorte estar com o capacete, creio que isso tenha salvado sua vida.
Chegamos logo atrás dela, tentamos manter a calma, tranquilizá-la e identificar a gravidade do caso.
Vi algumas partes esfoladas, o ombro meio inchado, a mão sangrando... mas por incrível que pareça ela estava bem, conversando, reagindo e bem consciente do que estava acontecendo.
Liguei para a Musa que veio ao nosso encontro, colocamos as bikes de volta no carro e fomos dirto para o hospital.
Apesar de algum contratempo no atendimento do PS, tudo correu bem, nenhum corte profundo, nenhuma hemorragia, nenhuma fratura, apenas dores pelo corpo todo, um monte de esfolamentos aqui e acolá e uma bela história de aventura para contar ...
Agora a Jah está se recuperando e a Polly vai ter que passar por uma troca geral de peças, as rodas se foram, o cubo dianteiro também, tavez o garfo e o guidão também precisem de reposição...
Mas a vida é assim mesmo, o negócio agora é dar risada e se precaver para que isso não ocorra novamente, nem com a Jah e nem com mais nenhum de nossos amigos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Inventor de Bicicletas



Do Jornal de Noticias










João Maio, 68 anos, dorme com um papel e um lápis para durante a noite registar ideias para novas bicicletas, soluções para quem tem limitações físicas. A uma delas chamou-lhe "cavalo".
Já foi questionado por polícias, filmado por transeuntes e quase provocou colisões nas estradas.
O "cavalo", a bicicleta criada por João Maio, não passa despercebido. O pedalar faz a diferença: o movimento vertical substitui o circulatório na invenção deste aveirense de 68 anos. Técnico oficial de contas, Maio foi sargento da Força Aérea e quando regressou ficou com a serralharia do pai, a "Reparadora Santa Joana". O negócio vivia do arranjo de bicicletas. João Maio nasceu no meio das duas rodas e sempre gostou de pedalar, ao contrário de andar, o exercício físico receitado pela médica para melhorar os problemas cardíacos detectados em meados da década de 90. Saturado de circular 30 minutos por dia a pé, Maio pensou numa alternativa, "uma máquina que fizesse o mesmo efeito". "Comecei a soldar uns ferros aqui, outros ali, e ao fim de um ano tinha inventado o 'cavalo'", a bicicleta que Maio considera mais completa. "Pedalamos com a coluna direita e fazemos metade do esforço porque o peso do corpo acciona metade do movimento da roda,", explica.
A "terapêutica" funcionou e de tal forma os resultados impressionaram a médica, que a "doutora" encomendou um "cavalo" ao paciente. O velocípede está ainda equipado com um suporte que o transforma numa bicicleta de manutenção, fixa. João Maio admite que a bicicleta (400 euros) é cara, "devido aos materiais e à especificidade de construção", e que, por isso, comercializada poucas. Mas não está preocupado com isso, de tal forma que nunca pensou vender a ideia a um construtor de bicicletas, "nem tão pouco registei a patente", revela.
Mais importante que o dinheiro, diz, é a "alegria de inventar, de criar bicicletas que melhorem a vida das pessoas", nomeadamente dos idosos e de deficientes motores. "Os pais de duas crianças paraplégicas, da Trofa e de Lisboa, foram à minha oficina pedir ajuda. Os filhos queriam andar de bicicleta como os outros meninos. Não descansei enquanto não lhe resolvi o problema. Muitas vezes pensando durante a noite, até durmo com um bloco e uma caneta na mesa de cabeceira para registar possíveis soluções. Foi assim que criei 'triciclos' adaptados ao tamanho e às capacidades de cada um", conta com orgulho. O mesmo com que faz tricicletas de tracção manual. "Tenha o problema que tiver, ninguém sai daqui sem uma bicicleta", garante.

Fonte:

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Conheça Brasília de Bicicleta

O projeto ‘Escola Peripatética: Educação Patrimonial’ abre nesta segunda-feira (4) as inscrições para o programa ‘Brasília de Bicicleta’. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas de 4 a 15 de maio no Panteão da Pátria, ou pelo telefone 3322-3244.
O ciclista deve apenas comparecer no dia 17 de maio no ponto de partida levando sua bicicleta.
O programa convida pessoas de todos os sexos e idades interessados na história e construção de Brasília a fazer um passeio ciclístico pelos principais monumentos e marcos históricos da Capital Federal. Tudo isso, acompanhado do professor Rinaldo Paceli, vencedor do Prêmio José Aparecido de Oliveira oferecido pela Secretaria de Cultura para premiar um trabalho representativo de ação preservacionista relativo à Brasília como Patrimônio Histórico da Humanidade.

O passeio será no dia 17 de maio e o ponto de partida é a ‘Praça do Cruzeiro’. De lá, os ciclistas seguem para a Torre de TV, Complexo Cultural da República e Esplanada dos Ministérios até chegarem à Praça dos Três Poderes, onde encerrarão a jornada no Espaço Lúcio Costa.

Os participantes poderão ver marcos históricos da Capital Federal, como, por exemplo, o Ipê próximo a Torre de TV que simboliza as 250 mil árvores plantadas no Plano Piloto. Ou o marco intitulado ‘Pontos Cardeais’ em frente a Catedral de Brasília. A placa, datada de 2 de fevereiro de 1960, presta homenagem a um grupo de pioneiros da capital que participaram de uma grande carreata organizada pelo então presidente Jucelino Kubistschek, e ficou conhecida como ‘Caravana de Integração Nacional’. De acordo com Rinaldo Paceli, o objetivo do passeio é desenvolver o conhecimento das pessoas sobre Brasília, sua peculiaridade histórica, urbanística e arquitetônica, por meio da educação patrimonial. “Com uma pedalada sobre o Eixo Monumental nós conseguiremos promover a valorização da Capital Federal como Patrimônio Cultural da Humanidade”, afirma.

PROGRAME-SE:
Inscrições para o passeio ciclístico da Escola Peripatética de Educação Patrimonial. De 04 a 15 de maio no Panteão da Pátria ou pelo telefone: 3325-6244. Informações: 3325-6218.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

APOCALIPSE MOTORIZADO - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído

Ned Ludd (org.)

A cada três minutos acontece um acidente envolvendo carros na cidade de São Paulo. Vinte mil pessoas são mortas, por ano, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, mas números não oficiais apontam quase o dobro.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mais de um milhão de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente nestes acidentes!
As ruas, avenidas e viadutos avançam devastando bairros e expropriando o espaço público da comunidade pelo espaço privado do automóvel.O petróleo polui e altera as condições climáticas das cidades cada vez mais congestionadas...
Guerras são declaradas e milhões são massacrados pelo controle das fontes de combustíveis como podemos ver claramente hoje no Iraque. Contudo, até então nenhuma reflexão contundente sobre o papel desumano dos automóveis havia obtido seu devido espaço no Brasil, nenhuma crítica radical contra essas máquinas moedoras de carne humana.
Por isso, o livro Apocalipse Motorizado - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído apresenta uma coletânea inédita de textos sobre a questão do automóvel como uma imposição social, discutindo seus ´efeitos colaterais´ nefastos como poluição, dependência do petróleo, expropriação do espaço público comum e a exclusão social.
Mais que uma abordagem teórica, o livro propõe ações práticas e soluções à libertação da humanidade dessa tirania.
A coletânea é ilustrada pelo cartunista americano Andy Singer, cujo livro CARtoons tornou-se referência nos movimentos anticapitalistas ao redor do mundo.
Apocalipse Motorizado não representa apenas uma análise da insustentável organização de nosso atual sistema de transportes, mas também insere sugestões de como, de maneira inteligente e criativa, se opôr à ditadura do automóvel e suas consequências desumanas.
O pensamento ecológico radical de Ivan Illich e André Gorz, o papel do carro em nossa sociedade, a história do movimento anticarro, seu objetivo, como organizar uma ´Massa Crítica´ em sua cidade, sugestões de manifestações bem-humoradas: tudo condensado neste livro bombástico, um guia para quem não aceita ficar parado, vendo o tráfego atropelar suas vítimas.Mais um acidente de trânsito acabou de acontecer em São Paulo.
OS AUTORES:
Ivan Illich (1926-2000) foi um dos pensadores mais surpreendentes dos anos 70 e 80. Com precisão e força atacou cada um dos falsos consensos da sociedade ocidental. O texto de Illich neste livro teve imenso impacto no pensamento libertário de hoje.
André Gorz nasceu em Viena, em 1924, é autor de ´Crítica da Divisão de Trabalho (Martins Fontes, 1989).
Aufheben é o nome de um grupo autonomista marxista da Inglaterra surgido nos anos 90.
Car Buster é a principal organização ativista internacional do movimento anticarro.
Reclaim The Streets é um dos principais movimentos ativistas de Londres que surgiu em 1991 com o intuito de tornar as ruas um local de convívio entre pessoas e não somente um espaço de passagem.
Ned Ludd é organizador do livro Urgência nas Ruas
Coleção Baderna - Conrad, 2002
Download em:

PROVOS - Amsterdam e o Nascimento da Contracultura


Matteo Guarnaccia

PROVOS é a forma reduzida de "provocadores", um dos grupos-chave no surgimento daquilo que nos anos 60 acabou tomando o nome de Contracultura.

"A revolta Provo foi o primeiro episódio em que os jovens, como grupo social independente, tentaram influenciar o território da política, fazendo-o de modo absolutamente original", conta Matteo Guarnaccia. "Caminhando contra a corrente do `cair fora` beatinik, os Provos holandeses empenharam-se descaradamente em permanecer `dentro da sociedade`, para provocar nela curto-circuito."

Herdeiros do dadaísmo e da tradição anarco-comunista, os provos inauguraram novos formatos de ação política e da luta ecológica. Deram nova dimensão à idéia de desobediência civil.

O autor, Matteo Guarnaccia, conta aqui a história do grupo que inspirou toda a chamada contracultura dos anos 60 e transformou Amsterdam na cidade mais livre e tolerante do Ocidente.

Jogo, magia, e anarquia, nisso foi centrada a atividade do movimento Provo. Um grupo de divertidos agitadores que se reuniram no "Centro Mágico" de Amsterdam para celebrar ritos coletivos contra o fetiche da sociedade consumista. Ali surgiram as primeiras campanhas antipublicidade e anti automóvel. Ali surgiu aquilo que passamos a chamar de Contracultura e se desenvolveu a idéia de que a subversão funciaonava melhor quando misturada com humor inesperado.

O exemplo dos Provos antecipou e inspirou os diversos movimentos de contestação jovem nos anos 60, inclusive a esquerda hippie norte-americana e os manifestantes do maio de 68 francês.

Matteo Guarnaccia nasceu em Milão em 1954 e é um dos principais representantes da psicodelia européia, seja com seu trabalho como ensaísta e escritor, seja com seu trabalho como artista.
Download em:

Sociedade do Autmóvel

É com imenso prazer que colocamos aqui o link para o download do vídeo "Sociedade do Automóvel"
Vídeo esse que inspirou e inspira muitos cicloativistas Brasil afora e que teve papel determinante na escolha do nome deste blog.
Sobre o vídeo:
O vídeo Sociedade do Automóvel, feito por Branca Nunes e Thiago Benicchio, tem 39 minutos e trata da mobilidade urbana, do caos motorizado, do uso do espaço público pela cultura do automóvel.
Abaixo a sinopse:
11 milhões de pessoas, quase 6 milhões de automóveis; um acidente a cada 3 minutos; uma pessoa morta a cada 6 horas; 8 vítimas fatais da poluição por dia. No lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento; em vez de vozes, motores e buzinas. Trabalhar para dirigir, dirigir para trabalhar: compre um carro, liberte-se do transporte público ruim. Aquilo que é público é de ninguém, ou daqueles que não podem pagar. Vidros escuros e fechados evitam o contato humano. Tédio, raiva angústia e solidão na cidade que não pode parar, mas não consegue sair do lugar.


Para baixar o vídeo:

http://www.ta.org.br/sociedadedoautomovel/down.html

Uso de bicicleta quase dobra na Grande São Paulo, diz estudo

Número de viagens diárias usando os pedais na região saltou de 165 mil para 305 mil no período entre 1997 e 2007

Por Carolina Ruhman
Agência Estado

São Paulo - O uso de bicicleta como forma de transporte praticamente dobrou na Região Metropolitana de São Paulo entre 1997 e 2007. Segundo a Pesquisa Origem e Destino, divulgada hoje pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o número de viagens diárias de bicicleta na região saltou de 165 mil para 305 mil no período (crescimento de 84%). No decênio, o número de viagens não motorizadas (bicicleta e a pé) registrou crescimento de 18%. No total, o número de viagens de bicicleta ou a pé correspondem a 34% do total.

Segundo a pesquisa, o principal motivo para viagens a pé é ir à escola ou à faculdade, citado por 57% dos entrevistados, enquanto 26% apontaram o trabalho. Do total, 89% das viagens são realizadas a pé por causa da pequena distância a ser percorrida. Já entre as viagens de bicicleta, o principal motivo é trabalho, citado por 71% dos entrevistados, seguido por educação, com 12%, e lazer, com 4%. Segundo o levantamento, 56% afirmaram que usam bicicleta como meio de transporte por causa das pequenas distâncias a serem percorridas e 22% consideram cara a condução alternativa. A pesquisa mostrou que as viagens não motorizadas são feitas majoritariamente por crianças e jovens, que vão a escola a pé ou de bicicleta. Após os 18 anos, eles passam a utilizar o transporte público ou a andar de carro. Segundo o levantamento, o principal lugar de guarda das bicicletas é privado, citado por 61% dos entrevistados. Os bicicletários gratuitos correspondem a 15% e os locais públicos, 8%. A pesquisa Origem e Destino é realizada desde 1967 a cada dez anos. Nesta quinta edição, ela abrangeu os 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. As entrevistas para a base de dados começaram em agosto de 2007 e totalizaram 214 dias de trabalho em campo e 30 mil entrevistas.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bici-anjos ajudam ciclistas inexperientes pelas ruas de SP

Ciclistas experientes são anjos da guarda dos novatos no trânsito.Eles acompanham pessoas de casa ao trabalho até elas perderem medo.

Fonte:
Luísa Brito Do G1, em São Paulo

Eles acompanham ciclistas novatos, dão dicas de roteiro e quais medidas de segurança devem ser adotadas. Os chamados bici-anjos são ciclistas mais experientes que fazem o papel de anjos da guarda dos novatos até que eles se sintam seguros em trafegar pela cidade de São Paulo. O trabalho dos "padrinhos" é como o de um instrutor de uma “bike-escola”. Os mais experientes vão do lado dos principiantes em trajetos como entre a casa e o trabalho. A diferença é que os bici-anjos fazem isso sem cobrar nada. O objetivo deles é estimular o uso da bicicleta
“É uma forma de ajudar as pessoas e incentivá-las a usar um meio de transporte melhor”, diz o analista de sistemas Bruno Gola, de 21 anos, que já acompanhou três iniciantes pelas ruas da cidade, dois deles nem eram seus amigos. “A gente se conhece na bicicletada ou alguém pede ajuda na lista de e-mail”, conta ele, que há um ano usa só a bicicleta para se locomover pela cidade e até colocou o carro a venda. “Desde que comecei a usar a bicicleta melhorou meu humor, meu ânimo, meu corpo”, diz ele. A bicicletada ciclistas toda última sexta do mês. O ponto de encontro é a Praça do Ciclista, que fica no canteiro central da Avenida Paulista entre as ruas da Consolação e Bela Cintra.
Outro que também faz o papel de bici-anjo é o cicloativista Leandro Valverdes, que diz já ter acompanhando pelo menos dez pessoas que temiam circular sozinhas pelo trânsito paulistano. “A gente vai junto e dá dicas para deixar a pessoa segura”, diz. Ele afirma que o maior medo dos iniciantes é ser atingido por um carro ou ônibus.

De acordo com Valverdes, antes de colocar a bicicleta na rua é preciso traçar um roteiro para evitar avenidas de fluxo intenso, como as marginas e a Avenida 23 de Maio. “Nem sempre o caminho do carro ou do ônibus é o melhor para o ciclista”, adverte. “Outro erro crasso é andar na contramão, não se deve fazer isso”, acrescenta.
De iniciante para bici-anjo
Valverdes e Gola foram os bici-anjos da publicitária Drielle Alarcon, de 23 anos, que usa a bicicleta quase diariamente para ir de casa, na Vila Madalena, Zona Oeste, ao trabalho, no Morumbi, na Zona Sul. “De carro eu levava uma hora para chegar ao trabalho, pegando ônibus e trem era uma hora e meia. De bicicleta, são 40 minutos”, conta.

“A relação com a cidade muda. Morar em São Paulo deixa de ser um problema”, afirma. Drielle conta que o começo foi difícil e que ficou nervosa no primeiro dia. Ela fez três trajetos acompanhada até começar a pedalar sozinha. “Você acha que é impossível, mas depois vê que é até melhor usar bicicleta do que carro.”

Agora já experiente, a publicitária se tornou bici-anjo de dois colegas de trabalho. Um deles é o também publicitário Rafael Buciani, de 23 anos. “Meu maior receio era o trânsito e ela deu dicas de segurança e de como me posicionar melhor”, conta ele, que começou a pedalar pela cidade há três meses. O publicitário conta que não adotou o novo meio diariamente porque às vezes sai muito tarde do trabalho. Neses dias, além do cansaço, pesa o medo de assaltos. Ele mora em Moema e trabalha no Morumbi, ambos na Zona Sul.

Personal bike

Além dos acompanhantes voluntários, há também aulas pagas para quem quer começar a pedalar. Sérgio Afonso, de 38 anos, se intitula personal bike e há dois anos dá aulas. Ele conta que já chegou a ter entre dez e 20 alunos por mês e cobra entre R$ 30 e R$ 50 por hora. Segundo ele, quem já sabe pedalar, em geral, com três aulas se torna independente.

Afonso fundou o Clube dos Amigos da Bike há 11 anos e semanalmente realiza passeios gratuitos pela cidade. Às segundas-feiras, a pedalada é voltada para os iniciantes e conta com dez guias. A concentração é no Parque das Bicicletas, às 21h. É obrigatório usar capacete para poder participar e ter equipamentos de segurança.

Já o educador Arturo Alcorta, de 54 anos, diz ser especializado em aulas para pessoas que têm algum trauma. “Já peguei gente que tentava pedalar há dez anos e conseguiu”, conta. Alcorta conversa para descobrir qual o problema e só depois segue para os pedais. “A minha técnica consiste em afastar os fantasmas e diminuir a ansiedade”, resume ele, que cobra R$ 50 por aula.

Ciclovias

Atualmente, a cidade de São Paulo conta com 16 quilômetros de ciclovias. Elas ficam na Radial Leste, Avenida Inajar de Souza (Zona Norte) e Parelheiros (Zona Sul). A prefeitura diz que tem investido na bicicleta como meio de transporte desde 2006, quando foi criado o Pró-ciclista, um grupo que conta com a participação de várias secretarias e tem o objetivo de pensar o uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo.

Serviço
Onde encontrar bici-anjos ou professores